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>> Hogwarts nostálgica <<

Eu resolvi contar um segredo para vocês.

Minha existência em Hogwarts foi quase que totalmente despercebida, e eu tenho razões para escrever o quase. Enquanto eu me disfarçava da idiota Grifinória (O Chapéu Seletor cometeu muitos erros, esse inclusive), houve um alguém que me notou. Eu vivi um conto de fadas.

Um alguém que, mesmo por trás de óculos de grau, de uma boca que não falava (acredite, eu nunca falava nada para chamar a atenção para mim... eu - essa tagarela linda que sou! Pffff...), de cabelos amarelos como raios de sol, mas que tinham que ser mantidos de forma desordenada para dar uma idéia de idiotice (não sei quem teve essa idéia, mas anotei no meu caderninho de capa verde Sonserina)... enfim... alguém de fato enxergou alem disso, sentou-se ao meu lado, e conversou comigo. Ele era tímido também, mas bem diferente de mim. Nossa semelhança só se encontrava aí, porque... você que me acompanha não vai acreditar... ele era popular.

Tudo bem que eu achava ele lindo e tudo mais, e que - Oh, Céus - ele deveria estar louco, bêbado ou drogado, ou tudo ao mesmo tempo, quando me beijou pela primeira vez. Foi meu primeiro beijo. E - perceba - eu a loira idiota da Grifinória. Aquela que ninguém percebe. A que fingem não existir. Ele me beijou. Ele conversou comigo, e me beijou. E eu nem estava sendo normalmente sedutora e nada... ele gostou de minha timidez, de minha face enrubecida (oh, céus... eu nem SOU assim realmente). E, o mais incrível disso é que eu também gostei dele. De fato, ele foi o primeiro garoto (foram apenas 2, mas enfim... sem contar uma ligeira paixãozinha por Finningan) que eu amei.

A morena Sonserina amou. E amou mesmo. Porque ela e a loira são a mesma pessoa, as características da loira eram apenas camadas, mas o amor não ficou barrado nessas camadas. Ele atingiu também a sonserina que eu era/sou.

Enfim, nosso romancezinho nem pôde ser aberto aos quatro cantos. Ele queria... queria muuito. Mas eu não podia... não disfarçada... não com segredos. Mas ele repetia, dizendo que me amava, e que qualquer coisa que eu tivesse medo era bobagem. Ele havia mudado. Eu estava no meio segundo ano em Hogwarts, ainda era uma pré-adolescentezinha, e tinha problemas grandes no meu pensamento naquele ano. Era o ano em que procuravam o Herdeiro de Slytherin, e o diretor estava seguindo meus passos até dormindo.

E ele achava que eu não queria assumir tudo pelo bobo medo de ser tímida ao extremo. Nosso relacionamento ficou restrito a encontros bobos secretos, e alguns bons beijos escondidos dos professores a noite. Era bom... alimentava a alma da sonserina que gostava do perigo. Que ria na cara do perigo. Eu nunca tive medo de nada.

Ele ficou chateado porque eu não queria assumir o namoro. Dizia que me amava, mas nunca ouviu de mim que eu o amava. Doeu vê-lo daquele jeito. Ele se abria todo para mim, mas eu era muuuito mais do que ele via, e não podia arriscar nada. Então, nossos encontros diminuíam relativamente. Até que ele deixou de mandar mensagens, de trazer coisas de Hogsmead para mim.

Eu mandei uma coruja antes de saírmos de Hogwarts. Eu, a corajosa sonserina por dentro, mandei uma coruja me tremendo inteira. Nela continha palavras terríveis. Eu disse que não tinha interesse nele, que éramos bons amigos e que não ficávamos juntos porque simplesmente nosso tempo tinha passado. Era coisa de criança. Foi terrível. Ele não respondeu.

Chegou as férias. Ele nunca me visitava, por minha vontade, já que ele queria muito me ver durante esse tempo. Era sonho dele que nós ficássemos à vontade, sem os professores rondando os corredores, nem nada. Mas naquelas férias eu fiquei sem nenhum contado com ele. Sem corujas, sem encontros no Beco Diagonal, sem nada. Foi horrível, mas eu fiz o que pude para dizer a mim mesma que tinha sido coisa de criança. Que iria passar.

Então, na volta para Hogwarts, onde eu começaria o terceiro ano e ele o quarto, ele encontrou-se comigo no Expresso de Hogwarts (eu sempre procurava as cabines vazias, e quase ninguém queria ficar comigo - Boba grifinória). Aliás, nós nos encontramos por acidente. Senti faíscas de ódio vindo de seus olhos, mas ele passou em silêncio e foi se sentar com seus amigos.

Aquele terceiro ano tinha sido um inferno. Uma busca frenética por Sirius Black em Hogwarts não ajudou em nada, porque ele - não eu! - tinha que se trancar na torre por temer os dementadoes. Eu não tinha medo. E então começamos a nos encontrar pro acidente em quase todos os lugares que eu ia. E então, sem palavras, ao nos encontrarmos pela 134ª vez nos corredores, nos beijamos. Sem dizer nada.

Até me surpreende isso, porque ele não é selvagem como Malfoy, que tem uma mania de dominação tamanha, que até bate com meu gênio forte. Ele era diferente de Malfoy. Ele era romântico, cuidadoso, fazia as coisas com carinho. Confesso que vez ou outra, quando estou com Malfoy, eu vejo ele me acarinhar sem perceber, e até gosto disso. Mas a surpresa de ser arrastada para um armário de vassouras para não ser pega por Madame Nora foi muuuuito boa.

Não falamos nada. Quanto a sessão no armário acabou (sem sexo, se é isso que você está pensando, Potter!), saímos sem dizer nada um pro outro. E aquele terceiro ano ficou daquele jeito. Poucos encontros, mas que encontros!!! Ninguém dizia nada. Quando alguém tentava falar, o outro calava com mais beijos (oh...).

Até que ele falou. Íamos sair de férias, e ele não queria mais passá-las longe de mim. Era terrível. Tudo voltava. As brigas, as frases de "você esconde o quê?", "tem medo de quê?", "sua família é assim tão rigorosa?"... e eu sem ter nada para responder. Uma vontade de abrir o jogo, contar tudo... mas não podia. Então ele ficou bravo. Quero dizer... Malfoy me assusta as vezes, mas ver um cara que você julgava romântico ficar como ele ficou... foi dolorido. E então ele falou: "Nunca mais vou procurar você". E saiu.

No começo do quarto ano, eu, que não temia nada, passei a me tremer a cada momento que o via. Principalmente porque sabia que ele corria perigo. Os problemas "familiares" foram deixados de lado, porque não havia motivos. O diretor me deu uma folga e eu pude assistir as demais coisas que se passavam no castelo. Teve o Torneio Tribruxo, o baile (que apenas eu, Crabble e Goyle não tivemos par), e assistir ele indo com outra garota - uma que não escondia nada - até doeu. Achei que minha alma sonserina iria se revelar fácil, e eu iria esquecer aquilo como sempre fazia com as feridas doloridas: sem dar pontos, eu fechava-as com cola. Vê-lo dançar com outra ajudava bastante no processo de pingar a cola. Posso até comparar com cera de vela quente.

Então as coisas se apertaram. O diretor tinha lá suas desconfianças, e eu percebi o perigo que ele corria. Eu tinha tido uma grande decepção. Tinha sido logo depois da segunda prova do Tribruxo, então achei que ele já havia esquecido de mim. Me senti uma idiota - quase sempre me sentia assim como a loira grifinória, mas dessa vez a idiotice tinha atingido a morena sonserina. Aparentemente minha tristeza foi visível para o diretor. Então ele me contou. Tinha sido o meu disfarce o problema. Não sou fã de conselhos, mas segui o conselho do diretor.

Procurei fazer com que nos encontrássemos num lugar reservado, longe de vigias, e tudo mais. Mandei uma coruja para ele me encontrar na sala antiga onde o diretor guardava o espelho de Ojesed. Esperei a noite inteira. Ele não foi. Mandei nova coruja marcando outro encontro na outra noite. Disse que queria dizer algo a ele, importante. Esperei a noite inteira. Ele não foi. Resolvi ser mais clara no próximo bilhete. Disse que contaria a ele o meu segredo. Era a terceira noite que eu esperava em claro. A sonserina dentro de mim falou mais alto, e eu fui, enfurecida, até o quarto de Potter (que deve estar surpreso nesse momento!), roubei a Capa dele e fui até ele. Depois de o acordar (e tampar sua boca por causa do susto - e das ameças de gritar), disse a ele:
- Você não quer saber o que eu tenho para dizer?

E ele (depois de descobrir a boca) sussurrou: - Não me interessa mais. Você não me interessa mais... não entende?
E eu - que sou detector de mentiras ambulantes, até porque vivo uma mentira - disse:
- Está mentindo. Por favor, preciso contar a você quem eu sou.

Ele viu (eu relutei, mas não deu) que eu estava chorando em silêncio. Então me acompanhou até a sala do espelho (que não estava lá), em silêncio e se esquivando de três professores vigias e Madame Nora - dei graças a Deus que não encontramos Moody com aquele olho. Ao entrar, falei para ele, na lata.
- Não posso ficar com você porque...

Não posso revelar aqui, é óbvio (Sei que Potter, que é o único que lê isso aqui, já sabe, mas não posso deixar as coisas tão claras assim, é arriscado!). Mas depois que disse a ele, tudo clareou na mente dele. Ele tinha mil coisas para falar, mas seu rosto de surpresa e de compreensão passou para mim algo muito bom. Alguém que me amava e que eu amava me entendia.

Ele me disse: - Então é um disfarce?

Eu balencei a cabeça, e ele nem perguntou como fazia, qual era o feitiço. Não. A única coisa que o cara que eu amava quis saber foi: "Me mostra como você é realmente". Ele estava interessado em me ver. Em saber o que eu tinha por trás das camadas. Ele não se sentiu enganado, traído, preocupado - acredite, se você souber o segredo você também se preocuparia -, ele apenas queria me ver de verdade. ME VER.

Eu comecei: - Olha... normalmente eu não sou tímida, nem quieta, nem idiota, nem grifinória.
Ele me interrompeu: - Isso eu soube logo depois que nos beijamos pela primeira vez.

Aquilo me surpreendeu. Eu nem imaginava que eu havia esquecido o disfarce enquanto estive com ele. Todo esse tempo. Ele continuou:
- Mas quanto a não ser grifinória... eu discordo. - e ia dar um discurso a la Chapéu Seletor quando me escolheu para ser da casa do leão, mas eu interrompi:- Você quer dizer... fisicamente? - e sorri. Sorri porque eu sabia o que viria a seguir. Eu não me acho. Eu sou. É diferente. Soa como falsa modéstia, mas eu encaro como segurança e confiança.

Tirei os óculos, e ele sorriu. Até fez piada sobre Clark Kent - sabe-se lá quem é esse, mas aparentemente o feitiço dele só engana os trouxas. Em seguida, com maestria, pronunciei as palavras, e meus cabelos loiros deram lugar aos perfeitos morenos luminosos, e os olhos verdes simples cintilaram num azul acinzentado. O corpo ganhou forma nas roupas ridículas da grifinória. Até rasgou um pouco na frente (é, a grifinória tem comprimidos como seios).

Quando olhei para ele, a expressão queixo-caído era apelido. Ele se levantou e disse... ou tentou dizer:- ... Ah... quero dizer... você era bonita antes... mas...
Eu não quis soar confiante, então sorri.
- Deus... como você é linda! O feitiço é bom... porém devo dizer que já estou enfeitiçado há muuuito mais tempo.

E me beijou. E fizemos amor pela primeira vez. De ambos. Eu estava no paraíso. Malfoy sempre me perguntou, mas nunca disse a ele essa história. Como sei que não "run danger" que ele leia isso, estou segura. Quero dizer... eu amo o Malfoy, amo com todo o meu ser. É mais forte que eu. Até nem entendo as vezes como posso amar, mas amo. Porém, com o meu primeiro amor, foi... conto de fadas. Ele era perfeito. Se existem almas-gêmeas, a minha era ele.

Era...

Dias depois houve a prova do Labirinto. A última do Tribruxo. Ele entendia o meu segredo. Ele compreendia os motivos. Ele nem sabia do risco que ele corria. Nem eu. Naquela noite Voldemort voltou a andar entre os bruxos. Todos os meus problemas se tornaram piores do que eu imaginava. Havia Potter e seu sangue, e os ossos de Tom Riddle, e Rabicho... Havia um professor falso em Hogwarts, que desconfiou de mim no momento em que aquela coisa girou em minha direção (o olho) e que foi a pessoa responsável por contar da minha existência a Voldemort.

Então Voldemort começou as desconfianças sobre mim. E então passei a viver um quinto ano terrível, escondida, querendo dizer para todos quem eu era. Mas tudo isso era porque eu estava furiosa. Furiosa era apelido. Eu odiava as minhas raízes paternas. A minha parte sonserina - que ainda podia ter um pouco de orgulho disso - que foi atingida pelo amor... essa parte, ficou furiosa porque foi a raiz paterna o responsável pelo fim do conto de fadas. Porque, naquela noite do Torneio, Potter voltou com a pior notícia que o mundo bruxo poderia esperar. Mas para mim, a pior notícia ele carregava nos braços. O corpo dele. Desfalecido. Morto. Assassinado.

Minha coisa com Malfoy surgiu bem depois. Quando ele também começou a me notar realmente. Meio quinto ano foi bem diferente porque, furiosa, passei a não ligar mais para nada. Meus cuidados foram esquecidos. Até me flagraram uma vez (Longbottom, mas ele guardou segredo!). Enfim... eu e Malfoy podemos ser lindos juntos. Nos amamos (apesar dele não falar muito, mas eu sei que ama) e eu sei que casarei com ele, depois de tudo o que passamos! Tivemos nossa própria história, nossa própria aventura, sobrevivemos a ela. Não tive medo de contar a Malfoy sobre meu segredo. Era tudo diferente depois da fatídica noite do Torneio Tribruxo. Porem, Hogwarts foi testemunha do meu conto de fadas. Hogwarts sabia de todos os detalhes e foi testemunha viva de que almas-gêmeas existem. E a minha era Cedrico Diggory.

Luanna


>> Hogwarts Curiosa <<

Acho que Potter anda lendo esse blog!!!

Ele agora vive perguntando com estou, e porque estou cabisbaixa. Eu, a loira grifinória, porque se eu me transformasse na morena sonserina, ele estaria me convidando para sair, se é que ele tem coragem para esse tipo de coisa... levando em conta que foi um dos últimos a achar par para o baile do Torneio Tribuxo. Mas ainda esteve melhor do que eu, que não fui com ninguém. Eu, Crabble e Goyle. Oh, céus.

O que interessa é que Potter agora meio que se preocupa comigo. Bem estranho aliás... ou ele ler esse treco, ou Dumbledore contou a ele o meu segredo. Se contou, eu mato o velhote!!! Afinal, por que Potter tem que ser o chato da história!??

Humpf... esse está até grandinho... deixo aqui o meu curioso e desconfiado adeus!

Potter, se está lendo isso, temos que conversar, e dessa vez sem gaguejar. E, por favor, deixe o Weasley de fora, uma vez na sua vida!

L.


>> Hogwarts solitária <<

Você percebe que existem garotas tipo Cho Chang. Arrodeada de outras garotas, que se comunicam entre si por risinhos, falando bobagens sobre Potter, ou sobre moda bruxa. Tem também Patil e Brown, que quase sempre são as duas, mas fazem o mesmo tipo de coisa.

Tipo, até mesmo Granger, que parece um menino, tem seu grupinho de meninos, que eu creio não conversar a mesma coisa sobre moda e garotos, a não ser que Potter e Weasley sejam gays. Apesar de adorar a idéia de um Weasley afeminado, não creio que Potter seja.

Essa coisa de viver sobre um disfarce que eu odeio, particularmente, não me trouxe nenhum benefício. O fundamento dele é que eu não ando com ninguém. Talvez seja por isso que achei de ficar amiga de Malfoy. Mas há momentos em que a gente fica olhando para o esmo desse castelo (dias de brigas com Malfoy), esperando que chegue alguém que converse com você, veja qual foi o problema, que descubra algo sobre você internamente. Que realmente possa escutar você completamente, e entender, e saber quem é você de verdade!

Hoje é um dos raros dias em que eu quero ser Chang. Provavelmente um momento único, tipo uma vez em cada 100 anos.

Luanna

>> Hogwarts emocionada <<
Post exibicionista! Só para mostrar meu N.O.M.
Excede as Expectativas! Como falado antes. Dei tão duro e consegui.



5:31 PM

>> Hogwarts... não sei nem o quê! <<

Sabe o que é pior que "esperar" Draco??
É ter vontade de matar Draco!

Benza, Deus!!! Oh, capacidade de irritação e odiamento perfeitas!!!

>> Hogwarts decepcionada <<

"Odeio o verbete ESPERAR!" - citado por eu mesma (Riddle, 2006). -> vestígios da monografia, enfim acabada!!!

Pois é! Decepção! Sabe, aquela coisa que te deixa "pôxa, por que as coisas são assim?". A verdade é essa, caro colega hogwartiano, a vida é assim mesmo! E se contente!

A gente espera mil coisas daquela pessoa, mas ela não dá nem 5% do que você espera! Você se ilude, vive assistindo aqueles filmes trouxas (muito legaizinhos, aliás... já falei aqui, mas Cinema foi mesmo uma invenção muito legal!) onde as pessoas aprendem lições fantásticas em apenas algumas horas... muitos em apenas alguns minutos. Tá, tem alguns que aprendem mais demoradamente, mas ainda assim aprendem!!!

Mas, na vida real, mesmo, ninguém aprende nada! E se aprendeu, finge que não, ou força as coisas para que não pareça que aprendeu, por puro orgulho. Orgulho devia ser classificado como doença na Portaria do Ministério da Magia. Eu não entendo como você espera realmente que, por exemplo, aquela pessoa por quem você é apaixonado (a) percebe um erro, e o conserte. Você espera realmente que pessoas tenham bom senso de saber pedir desculpas, de saber RECONHECER que errou, de saber que o outro também tem sentimentos, e que o outro se desculpa quando percebe-se errado... você espera!!!

ESPERA! Quantas vezes você já não fez isso, e quantas vezes o fato que você esperava aconteceu realmente!??? Eu respondo por você, se você se enquadra no clube das bestas quadradas que ainda esperam algo verdadeiro do ser humano ("meu mundo seria bem melhor com máquinas" [Riddle, 2006].)

Eu me encaixo nesse papel. Eu, a mula loira grifinória - ela tem que participar da minha vida. Eu e ela somos uma só - URGHHHHH! Eu realmente espero que as pessoas se toquem de seu egoísmo e de sua superficialidade. Sua face metida de só analisar o próprio lado. A cara lavada e idiotizada de pessoas que se acham donas da verdade, rainhas e reis da sabedoria, e que teimam com você que elas estão certas, custe o que custar!

Draco Malfoy se encaixa exatamente nesse perfil. Afinal, a nascente do poço de orgulho, claro, fica na Mansão Malfoy. Lá, eles flutuam no orgulho, na racionabilidade idiotizante que diz insistentemente que eles são os donos da verdade!!! E, não se pode culpar alguém que tenha saído dentro desse círculo vicioso de asneira. Na verdade, posso sim.

Malfoy nunca admite que está errado em relação a mim. Por mais que eu espere dele, ele nunca admite. Nem nos dias mais românticos dele, quando as coisas estão indo bem, e ele não quer brigar mais (oh, a gente briga dia e noite!). Não. Ele está sempre certo. As vezes fico com vontade de gravar todas as vezes que nós estamos juntos. Sério mesmo. Assim ele pararia de se enxergar, e veria os erros que ele comete, dia após dia, com a minha pessoa.

Não tou dizendo aqui que eu também não os cometo com ele. Não! Não sou perfeita, ninguém é, na realidade. Mas ele se acha. Sabe, o ódio que surge (ódio mesmo... de você ter que sair do lugar porque dá uma vontade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo: chorar, estapear, matar, arrancar os cabelos, gritar, espeniar, mandar a merda, etc...) quando ele diz coisas como "Eu nunca disse isso!!!", ou "Você é sempre assim!!!", e inclusive eles possuem artimanhas maravilhosas que lhe colocam como a culpada da história, mesmo sem ser!!! É incrível, as vezes!

Ele agora deu para me chamar de egoísta. Não nego que não sou. Sou, na verdade! Mas, ALOOOOWWW, se enxerga!!! Olha a sua cara lavada e seu berço de orgulho para me chamar de egoísta primeiro. "Você é uma egoísta, que não faz nada que eu peço!". É fácil falar assim, quando não se olha a própria cara, coisa que a mãe dele ensinou direitinho para ele. Orgulho é com ela mesmo!

............
Para um dia decepcionante, a canção melhor tocada é a do silêncio...
falow...

Boa noite, Draco. Que você possa acordar diferente esta manhã, lembrando-se de outras coisas a não ser você mesmo, e sua vidinha de orgulho e solidão.


>> Hogwarts Vermelha de raiva!!! <<

Eu ODEIO o Malfoy!!!

Odeio o fato de que o amo e talz, mas ele faz coisas que me deixam super hiper ultra mega irritadas; e as vezes coisas até que me fazem odiá-lo um pouco!!! O fato é que... sendo meu único, ou devo dizer, sendo o único amigo em que eu posso ser eu mesma, mas sempre no disfarce físico da loira grifinória insuportável, eu ainda tenho essa tal de paixão, que Dumbledore diz que é amor, por esse cara!!! Horrível!!

Quando Malfoy quer, ele sempre me deixa sem palavras e sem ação, a respiração ofegante e essas coisas (entendam como quiser! Na verdade não me importo!). Mas também as vezes ele me tira o sério. Isso inclui todas as raivinhas e raivas quilométricas que ele me fez passar por causa dele. Ele e seu super orgulho enfiados na mesma tecla e quando quase nunca é o que a gente espera que seja. Você tipo age e ele responde, e vocês bringam (que confusão) e de repente você espera que ele não seja cabeça dura e veja o que está falando, mas ELE NÃO PERCEBE! Ele é orgulhoso ao ponto de só ele estar certo e só ele dizer a verdade, igualzinho a outras pessoas que conheço (incluindo eu mesma, as vezes.)

Você espera que ele aja (do verbo agir; está escrito corretamente, viu??) de forma correta e talz, como acho que garotos como Potter fazem, e você espera desculpas ou um "não vamos mais brigar", mas não! Não vem! Acho que, sendo a única pessoa que eu posso conversar normalmente, sem ter que conter esses pensamentos que me revelam (e não sendo a loira grifinória), ele deveria apreciar mais as coisas. Mas acho que deve ser por isso que tenho essa tal de paixão (Dumbledore = Amor) por ele.

Boa noite, Draco.


>> Hogwarts worried <<

Ooops! Hogwarts hoje está um tanto preocupada com as provas e as coisas que virão depois!!! Tem tanta coisa para fazer ainda!!!Woowww... a boa nova é que tirei "Excede as Espectativas" geral no N.O.M., isso não é bom!??

Queria escrever aqui, hoje! Mesmo que fossem só bobagens. Fiz outro desses testes trouxas de personalidade, mostrando a minha personalidade real sonserina, e não essa farsa loira grifinória. Ficou um tanto legal, e culpo o Chapéu Seletor (como eu odeio esse objeto) por demais bobagens que estiverem escritos nele.

Três coisas que me assustam:
01 | O ESCURO
02 | A capacidade do Chapéu Seletor de acabar com sua vida
03 | Hagrid


Três pessoas que me fazem rir:
01 | Lovegood
02 | Longbottom
03 | Potter

Três coisas que eu amo (gosto de) fazer:
01 | Cantar
02 | Dançar
03 | Aporrinhar o Potter

Três coisas que eu odeio: São muitas!!
01 | Garotas como a Patil e a Brown
02 | O Chapéu Seletor
03 | Weasley

Três coisas que eu não entendo:
01 | Como vim parar na Grifinória se tenho sangue de Slytherin?
02 | Como os garotos podem ser tão legais, as vezes?
03 | Como consigo entender Potter?

Três coisas em cima da minha mesa:
01 | algo relativo a música
02 | algum bilhete de reclamação do diretor
03 | a varinha

Três coisas que nao faltam na bolsa: bolsa?? Que bolsa!??
01 | a varinha
02 | algo relativo a música
03 | algum livro

Três coisas que eu faço, mas não quero:
01 | Ser uma loira grifinória
02 | Ser monitora
03 | Ter uma leve queda pelo Malfoy

Três coisas que eu quero fazer antes de morrer:
01 | Contar ao mundo quem eu sou
02 | Dizer ao Dumbledore que eu o amo (amo mesmo???)
03 | Ser livre dessa farsa grifinória (relativo ao 01)

Três coisas que eu sei:
01 | Cantar (qualquer coisa relativa a música)
02 | Conter meus pensamentos para não me revelar
03 | Falar com cobras

Três maneiras de descrever minha personalidade:
01 | Solitária
02 | Auto-confiante
03 | Poderosa

Três coisas que eu não consigo fazer:
01 | Sorrir simpaticamente
02 | Ser eu mesma (é mais por obrigação que por vontade própria)
03 | Quadribol

Três bandas/cantores que eu acho que você deveria ouvir:
01 | Damien Rice
02 | Elvis Presley
03 | Coldplay

Três bandas/cantores que eu acho que você NUNCA deveria ouvir: (vou deixar as mesmas respostas que estavam antes, uma vez escutei essas bandas e foi como se eu tivesse visto Granger e Weasley fazendo sexo)
01 | Chiclete Com Banana
02 | Sandy & Júnior
03 | Funk, brega, pagode, sertanejo e axé brasileiro

Três coisas que eu digo freqüentemente:
01 | gaguejar (a porcaria da loira grifinória tem que ser idiota)
02 | Não fui eu
03 | Merda!!

Três das minhas comidas favoritas:
01 | Francesa
02 | Italiana
03 | sobremesas de todos os tipos

Três coisas que eu gostaria de aprender:
01 | Runas Antigas
02 | Herbologia
03 | Chorar

Três coisas que eu bebo regularmente:
01 | Água
02 | Suco de abóbora
03 | Água

Três programas de TV que eu assistia quando era pequena: (isso eu culpo o diretor, pois ele gosta desse aparelho trouxa!)
01 | Bervely Hills 90210 (até Malfoy gosta disso)
02 | Desenhos animados como Pica-Pau e Pernalonga
03 | o noticiário trouxa

Três coisas que pretendo fazer esse mês:
01 | Aprender transfiguração
02 | Bater (e beijar) o Malfoy
03 | Contar meu segredo (será que vou mesmo??)

Três musicas agora:
01 | Damien Rice
02 | Girls Aloud
03 | James Morrison

Três pessoas agora:
01 | Eu
02 | Malfoy
03 | Lord Voldemort

>> Hogwarts copiando o post em que ela se encontrava nebulosa <<

"Ok, Hogwarts não faz sol direto, e temo ser vítima da gripe de dragões chineses super chata!!! Sério mesmo... Tudo bem, agora é hora de esvaziar a nuvem e voltar a ensolarar os campos de quadribol.

Percebi, em meio a lágrimas, que eu sou um poço seboso de sentimentos! Chega a enojar as vezes, sério! Onde Slytherin entra nessa!!?? Slytherins não choram. Minha parte Grifinória é quem me deixa fraquejar! (Maldito Chapéu-Seletor!)...

Mas o caso é que você confia nas pessoas. Você considera essas pessoas (essa é A PALAVRA!). Você diz pra essas pessoas, mesmo que não dizendo na cara, por falta de coragem (mais uma vez: esse Chapéu idiota me sorteou para casa errada!), você escreve que tal pessoa é importante, e no entanto ela finge que você não existe. Ela te desfaz, ela te ignora completamente. É como se você nunca existisse, ou se tal relação que vocês criaram juntos (tipo uma AMIZADE!) fosse praticamente rebaixada a escala de coleguismo. E você lá, idiota feito Longbottom, dizendo que ela é importante para você! É incrível o que uma pessoa pode fazer com outra, imagine só. Eu, apesar de Riddle, não faço mal a ninguém. Nunca fiz.

Taí, fiz uma homenagem bonita, e talz... não esperei nada em troca, juro! Fiz por fazer... porque eu GOSTO de fazer as pessoas se sentirem bem. Eu gosto de fazer os outros saberem que eles são queridos. Mesmo que não haja retorno, eu não estava esperando, realmente! Mas não é um tanto cruel você esquecer de uma pessoa que por, deixe-me vez, pelo menos 2 anos atrás andava com você, e fazia coisas com você, como se fosse um grupo, invencível tipo a Ordem da Fênix - pois é... sério. Você deixa de existir.

É cruel ou não!? Alguém por favor diga que estou errada! Que é apenas Drama, afinal a mongol aqui é meio Drama Queen!

Quer saber... não falo mais sobre o assunto... esquece! Deixa para lá. Como digo várias vezes, de tudo a gente tira uma lição. E se tive que passar por isso para deixar de ser idiota como a Lovegood, então estou agradecendo infinitamente ao problema. E esquecendo também! Já chega... já deu o que tinha que dar. A Drama Queen agora desligou o rádio-de-pilha trouxa e virou a página (tou parecendo a Granger!). It's over!

Bem, Hogwarts desanuviou. Trabalhos e mais trabalhos para pessoas como Snape mantém você ocupado para não pensar mais em bobagem, como a bobagem enoooorme que escrevi acima. Afinal, pra quem não sente MISARAVELMENTE nada na vida acha isso bobagem. E isso é porque AINDA não ocorreu com eles, pois, meu bem, o mundo infelizmente é habitado por pessoas! E quanto mais você as conhece, mais elas fazem de seus sentimentos "bobagens".

good night, Draco.

Ass.: eu mesma...
a drama queen de Hogwarts"


P.S.: Esse post está em aspas porque, como vêem, foi um desabafo que foi editado por mim, pois estava enooorme e não havia necessidade de postá-lo aqui. Só o fiz porque possui parte da "história" da personagem. Enfim...

Amanhã é dia de pegar o trem para Hogwarts!!!!
Plataforma 9 1/2, aí vou eu!!!

Bem, resolvi reescrever esse post do antigo Space aqui nesse blog, para dar vida a mim mesma, então, o primeiro será só para receber os cumprimentos de Bem Vinda e de apresentação.

Como bem frisado pela minha alter-ego (Joana), esse blog não é para desabafos dela, prioritariamente. Por isso, o que eu escrever aqui será apenas a minha visão de algo, e não nada particular da vida de ninguém.

Beijo de primeiro post (e fazendo a mala para Hogwarts):

Luanna

Bom, vou abrir o Espaço Slytherin.

O que é isso?

Na verdade, vou reativá-lo, aqui no Blogger.

O fato é que eu tenho uma página no Windows Live Spaces. E eu usava-a como forma de desabafar "disfarçadamente" as coisas que eu estava sentindo. Sob o disfarce de uma personagem (as vezes duas, ou três) eu escrevia sobre o que acontecia comigo que me deixava chateada, e coisa e tal.

O Space ainda tá aberto. Mas com o MSN praticamente sendo ultrapassado pelo Twitter, o Space meio que morreu. Parei de escrever lá. Com a abertura desse Blog, fui visitar esse Space e me deparei com algumas partes de uma história fantástica que eu estava escrevendo.

Digo isso porque tirei a personagem que escreve aqueles textos (os do Space) de uma história que eu estou adaptando. E ela se passa no mundo Potteriano. Me empolguei e voltei a escrever lá. Para não ficar na obrigação de escrever em dois blogs, a medida que, escrevendo o texto lá, eu meio que reativei o Space, vou trazer tudo para cá. Por quê? Porque eu adoooro viver essa personagem. É quase como um cosplay, se essa personagem minha existisse realmente. Enfim... esse espaço se chamará Slytherin, e vez ou outra escreverei posts como se fosse ela, Luanna, a personagem criada por mim para viver o Space.

Enfim... não tenho mais que explicar. Vou trazer os textos, ao menos as partes que interessam. E tratar de desativar o Space.

P.S.: Quando estiver no espaço Slytherin, assinarei como Luanna. Óbvio!

Informações adicionais:

Cantor: Michael Jackson
Compositor: Glen Ballard e Siedah Garrett
Ano: 1988   -   Álbum: Bad   -   Faixa: 07
Tempo: 5 min e 19 s
Produtor: Michael Jackson e Quincy Jones
Razões da escolha: Primeiro porque é do Michael. Segundo, porque tem uma bonita mensagem. Terceiro, não consigo tirar da minha cabeça.

Acompanhe:


Letra:
I'm gonna make a change,
for once in my life
It's gonna feel real good,
gonna make a diference
Gonna make it right...

As I turn up the collar on
my favorite winter coat
This wind is blowing my mind
I see the kids in the streets,
with not enought to eat
Who am I to be blind?
Pretending not to see their needs

A summer disregard,
a broken bottle top
And a one man soul
They follow each other on the wind ya' know
'Cause they got nowhere to go
That's why I want you to know

I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
And no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself, and then make a change

I've been a victim of a selfish kind of love
It's time that I realize
That there are some with no home,
not a nickel to loan
Could it be really me,
pretending that they're not alone

A willow deeply scarred,
somebody's broken heart
And a washed-out dream
They follow the pattern of the wind ya' see
'Cause they got no place to be
That's why I'm starting with me

(*)
You gotta get it right, while you got the time
'Cause when you close your heart
You can't close your... your mind!
I'm gonna make a change
It's gonna feel real good!

Come on! Change...
Just lift yourself
You know
You've got to stop it,
Yourself!

I've got to make that change, today!
You've got to move!
Stand up!
Stand up and lift yourself, now!
You know it!
Make that change.

Tradução:
Vou mudar minha vida
de uma vez por todas.
Vai ser muito bom,
vou fazer a diferença
Vou fazer isso direito!

Enquanto eu dobro a gola
do meu casaco de inverno favorito
Esse vento sopra em minha mente.
Eu vejo as crianças nas ruas,
sem o necessário para comer.
Quem sou eu para estar cego?
Fingindo não ver suas necessidades?

Um verão indiferente,
um pião feito de uma garrafa quebrada
E a alma de um homem.
Eles seguem uns aos outros no vento, sabe?
Porque não têm nenhum lugar para ir.
É por isso que eu quero que você saiba:

Eu estou começando com o homem no espelho,
Eu estou pedindo a ele para mudar seus modos.
E nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara:
Se você quer fazer do mundo um lugar melhor,
Olhe para si mesmo, e então MUDE.

Eu tenho sido vítima de um tipo de amor egoísta
É hora de compreender
Que existem alguns sem casa;
Sem nenhum centavo para emprestar.
Seria realmente eu,
fingindo que eles não estão sozinhos?

Um salgueiro profundamente marcado
O coração partido de alguém
E um sonho desanimado
Eles seguem a direção do vento, está vendo?
Porque não têm nenhum lugar para ficar.
É por isto que estou começando por mim mesmo.

(*)
Você tem de fazer isso agora, enquanto tem tempo
Porque quando você fecha seu coração...
Você não pode fechar sua mente!
Eu vou fazer uma mudança,
Vai ser bom de verdade!

Vamos! Mude...
Levante-se! Você sabe.
Você tem de parar isso,
Você mesmo!

Eu tenho de fazer aquela mudança, hoje!
Você precisa se mexer!
Levante-se!
Levante-se e se erga!
Você sabe!
MUDE!


Analisando:
No começo da música temos uma chamada interessante: o “sininho” alerta a chegada de uma letra que mudará um pouco seu pensamento. Aconteceu assim comigo. E, como toda boa música, começa lento, depois entra uma bateria (e a voz de Michael, com o tom “angry” para entrar no refrão) fica perfeita!

Na primeira estrofe, ele faz um convite sutil. Ele diz que vai fazer uma mudança na vida dele. Estamos esperando o porquê, porém ele avisa: Vai ser muito bom. Então abrimos nossa mente para um convite que, se mudará a vida dele, mudará também a nossa. Queremos, estamos interessados nisso.

Vem os estalinhos (os dedos das mãos fazendo o barulhinho de estalinhos) para dar um ritmo, você começa a balançar a cabeça no som e isso te empolga. É, para mim, uma forma de trazer a atenção à próxima estrofe, que conta como ele teve esse pensamento de mudança. O que o levou a pensar em mudança. Vamos seguir.

Então ele tava vestindo um casaco, adorando o friozinho que estava fazendo no momento. Um filme passa em nossa cabeça. Nesse momento, ele estava gostando do frio porque estava bem protegido. Quem em sã saúde gostaria do friozinho se ele estivesse fazendo você tremer-se todo, quase congelando? Logo, podemos concluir que ele tem dinheiro. Uma pausa para explicação.

Percebe-se que a música é pessoal. O compositor escreveu o que ele sentia nesses versos, é uma confissão em forma de disco. Mas não podemos analisar as músicas todas assim, portanto vamos com a letra. Se ela conta uma história, não podemos presumir que é a história de vida do compositor. Portanto, vamos analisar a letra tentando não levar a música para a vida pessoal do compositor. Continua...

Logo, vestido e aquecido contra o frio, o vento soprando a pele de leve, ele vê algumas crianças na rua, passando fome. Ele, aquecido. Elas, no frio. Além disso, não tinham o bastante para comer. E então ele lança a frase que praticamente crava uma faca no nosso coração amolecido pela imagem das crianças na rua: “Quem sou eu para ser cego e fingir que não vejo as necessidades deles?”. É exatamente essa frase que exalta a mudança. Pois, trazendo a história para a realidade, é exatamente isso que fazemos. Estamos em nossas casas, confortáveis, nos nossos carros quentinhos... ou o contrário. Está um sol de rachar, mas estamos bem dentro de nossos carros com ar-condicionado, sem ter que andar no sol do meio dia. E então vemos as mesmas crianças que Michael viu, e fingimos que elas não estão ali. Ou pior. Fingimos que não é problema nosso.

Então vamos refletir na música um pouco: se não é problema nosso, por que é que no começo da música, a proposta é fazer uma mudança na NOSSA VIDA? Vamos dar seqüência.

Vem a ponte: a parte que dá vida a música, que anuncia o refrão. E a mensagem da ponte é uma reflexão: o verão é indiferente porque a natureza não esquenta ou esfria enquanto as pessoas não se protegem, não vão para suas casas, não estão seguras e tranqüilas em seus carros. Mas isso é bem óbvio, então por que alguém escreveria sobre isso? Sabe, se não fosse uma música bem bolada e nota 10, eu diria que esse verso era sem sentido. Mas não é. No último verso, ele diz que não pode fingir que é cego e que não vê as necessidades das crianças que brincavam na rua. Por isso a indiferença que a música fala não é necessariamente a indiferença da natureza – bem óbvia – mas a do ser humano.

E o que confirma o parágrafo acima é o verso seguinte. “O pião feito de uma garrafa quebrada” é a forma que ele liga a indiferença da natureza humana às necessidades das crianças. O brinquedo feito à mão indica a pobreza, a falta de cuidados, de educação, de cultura, de carinho... Criança “bem criada” não brinca com coisas perigosas, aliás, o pião delas é de última marca, novo, colorido, fabricado e comprado caro.

E, dando seqüência, o brilhantismo da transformação que o “cara de casaco de inverno bem protegido” teve surgiu do simples fato de elas estarem brincando no frio. Apesar de sua pobreza e suas péssimas condições no frio, elas brincavam. E o verso seguinte diz isso: “e a alma de um homem”. Ele só falou de crianças no frio, no início. Então essa “alma” se remete a ele. As vezes, cegos em nossos mundos, já especialistas em fingir não ver o problema dos outros e de cair fora culpando o governo, não percebemos que existe o sofrimento, mas dentro desse sofrimento também está a alegria. E para eles, que não vivem como vivemos, não é nada. Mas para nós é um tiro da alma.

Vou me fazer entendível: As pessoas necessitadas, em suas piores condições, geralmente vivem felizes. O dinheiro falta, as preocupações de como alimentar os filhos existem, e muito, mas geralmente eles estão felizes. E nós, pessoas ditas cultas e que não passam necessidades, ver isso, perceber que eles enxergam maravilhas nas pequenas coisas, fere nosso ego, porque compramos nossas riquezas justamente achando que estamos comprando nossa felicidade. Então a alma é atingida. Ele desperta para o que sempre fez: fingir não perceber. Mas naquele dia em que ele saía de casa com o casaco de inverno bem protegido, ele se tocou de algo. E propôs a mudança. Porque percebeu que a felicidade está nas pequenas coisas, e que não necessita compra-la nas lojas.

Só que a proposta de mudança na vida dele enseja abrir os olhos para enxergar o que ele viu. É isso que ele quer mostrar nos versos seguintes. Com a alma ferida pelo “tiro” de despertar, ele continua falando sobre o que ele via. As crianças indo embora, sem ter para onde ir, todas “encolhidas” entre si para se proteger do frio. E avisa, para entrar o refrão: É por isso que ele quer que nós, que escutamos isso, saibamos dessa mudança. Porque ela é necessária, e, PRINCIPALMENTE, que essa mudança não deve começar de quem culpamos pelos problemas do mundo: ELA DEVE COMEÇAR EM NÓS MESMOS!

E então vem o refrão.

A mudança começa por aquele que vemos no reflexo do espelho. E como fazer essa mudança? “Eu vou pedir a ele que mude seus modos”. Mudar os meus modos! Mudar meu jeito de ser! Mudar a mim mesma!!! E essa é a parte difícil. É por causa disso que fingimos não enxergar essas crianças, essas pessoas, essas necessidades... porque somos EGOÍSTAS! E, parece burrice, mas lá na frente, o troco por sermos egoístas, decairá sobre nós mesmos. Em outras palavras, somos muito estúpidos, burros e, fingindo ingenuidade nos problemas dos outros, estamos trazendo nossa própria infelicidade.

E a mensagem realmente é clara. Não poderia ser mais clara: Se quisermos fazer um mundo melhor, então vamos dar uma olhadinha em nós mesmos e mudar as coisas pequenas, mesquinhas e egoístas que temos em nós. Afinal, a felicidade está nas pequenas coisas. Toda mudança que decorrer em minha vida, refletirá nas pessoas que me vêem, e isso será como uma corrente do bem. Então eu posso começar dentro de mim, a melhorar a forma que trato as pessoas, a forma que vejo as pessoas, a forma que penso, que julgo, que finjo não existir... e tudo isso resultará numa mudança positiva para mim, e de exemplo para os demais. Se você não acredita, eu peço que tente. Trate bem alguém que você tratava mal, e observe.

Na segunda parte da música, já temos a reflexão que somos egoístas. Somos vítimas de nós mesmos. Amamos aqueles que nos amam, e fim. E olhe lá. Mas ele convida: é hora de perceber os demais! É hora de crescermos! De evoluirmos! E olhe que essa música foi escrita em 1987. Existem pessoas sem casa! Sem ter o que comer! Sem ter nada para vestir no frio! E ele ainda se pergunta se é apenas ele que está fingindo que essas pessoas possuem apoio, que elas não estão aí sozinhas, abandonadas pela própria sociedade. Será que é só ele????

Temos a 2ª ponte, e ele novamente fala de pessoas marcadas. O salgueiro com feridas e o coração ferido de alguém são formas de chamar atenção ao problema. A árvore foi usada porque ele queria dar uma noção do quão profunda é a cicatriz que as pessoas carregam ao serem, sem nem saberem o porquê, serem excluídas do meio social. É comparando o salgueiro à alma que percebemos a noção da profundidade do ferimento causado. A dor é na alma, na profundidade do ser humano. Essas pessoas estão sem esperanças, sem noção do que fazer, sem perspectiva de vida, sem nada. Essas crianças que ele vê não possuem sonhos, não puderam sonhar. Crianças que, na infância, a etapa de desenvolvimento do ser humano, não puderam desenvolver-se como deveria. O tempo de ser criança na infância delas é pouco, quase nulo. Algumas trabalham, outras pedem, outras tentam esquecer da fome com químicos, mesmo que seja momentâneo e faça um mal terrível e irreversível a saúde.

E ele continua vendo as crianças, e diz que elas seguem a direção do vento, numa linguagem figurada de dizer que elas não têm para onde ir. Então vão para qualquer lugar, como o vento. E novamente ele convida a fazer a mudança, iniciando primordialmente por nós mesmos.

A repetição do refrão liga a última parte da música. E volto a falar dela: as músicas de Michael Jackson têm todas uma coisa em comum: são longas e com finais repetitivos. Não vou analisar o porquê disso, não cabe aqui. Mas essa música, em particular opinião, tem o final longo mais lindo que já se ouviu.

Logo no fim do 2° refrão, ele sobe o tom para cantar com o coral (perfeito), repetindo a mensagem da mudança, e liga esse fim com voz e melodia impressionantes, praticamente ascendendo o hino de mudança que pede a música. Ele diz: “Você tem de fazer isso agora, enquanto tem tempo, porque quando você fecha seu coração... você não pode fechar sua mente!”.

Vamos por partes. O ensejo da música é fazer uma mudança em nós mesmos. Quando? AGORA. Por quê? PORQUE É AGORA QUE TEMOS TEMPO AINDA DE MUDAR. Não guarde sua mudança para depois; quanto mais cedo você se inspira, você inspira os demais e logo o mundo em que você vive poderá viver a mudança, e não ficaria para suas gerações posteriores. VIVA a mudança AGORA. Não fechemos nossos corações para o mundo, e ele até deixa uma reticências no porquê não podemos fechar os nossos corações. É sinal de reflexão. O que aconteceria se nós fechássemos nossos corações? Algumas palavras para ajudá-los a pensar: guerras, violência, irmão matando irmão, desunião, fatalidades, falta de amor, falta de fé, falta de DEUS. Então depois das reticências, há uma súplica: Por favor, não feche sua mente!

A música fica forte, e Michael faz pedidos de mudança com o coral cantando o refrão, e logo no fim, as batidas cessam e as vozes aumentam. Preciso dizer: a música fica bela, e parece corais de anjos. É quase uma oração em línguas. Em súplicas (MUDE!), ele diz que nós podemos mudar o mundo se mudássemos nosso coração, se abrirmos nossa mente. E a oração continua. Levante-se, mude seu jeito. Faça a mudança.

E então, falando exausto, ele pede: FAÇA A MUDANÇA!

Depois de um hino desses, não posso escrever mais nada. Vou ali mudar meu jeito de ser porque eu espero e quero um mundo melhor para mim, para meus filhos, para os que eu amo e para todos os que precisam. Faça você também.


Ver também:
Kris Allen (ganhador da 8ª edição do American Idol), durante do Top 36. Eu me arrepiei com boca troncha (meu apelido carinhoso para ele – eu sou uma Iraheta fan!).
 

   
Observações:
- Escrita em uma noite.
- Há no back vocal um coro gospel.
- A compositora (Siedah) canta também no coro.

Conclusão:
Média da voz: 10 = Altos e eu adoro o uso da garganta para “cantar com raiva”. Michael faz isso como ninguém. O coral gospel é lindo, anjos cantando. Perfeito.
Média da letra: 10 = mensagem clara (no message could have been any clearer) e o final fica perfeito com Michael praticamente implorando uma mudança.
Média da melodia: 10 = perfeita. As pequenas “sinetinhas” do começo conquistam logo de cara. As batidas, os estalinhos... tudo é perfeito!
Média geral = 30 /3 = 10

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