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Cantor: Michael Jackson
Compositor: Glen Ballard e Siedah Garrett
Ano: 1988   -   Álbum: Bad   -   Faixa: 07
Tempo: 5 min e 19 s
Produtor: Michael Jackson e Quincy Jones
Razões da escolha: Primeiro porque é do Michael. Segundo, porque tem uma bonita mensagem. Terceiro, não consigo tirar da minha cabeça.

Acompanhe:


Letra:
I'm gonna make a change,
for once in my life
It's gonna feel real good,
gonna make a diference
Gonna make it right...

As I turn up the collar on
my favorite winter coat
This wind is blowing my mind
I see the kids in the streets,
with not enought to eat
Who am I to be blind?
Pretending not to see their needs

A summer disregard,
a broken bottle top
And a one man soul
They follow each other on the wind ya' know
'Cause they got nowhere to go
That's why I want you to know

I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
And no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself, and then make a change

I've been a victim of a selfish kind of love
It's time that I realize
That there are some with no home,
not a nickel to loan
Could it be really me,
pretending that they're not alone

A willow deeply scarred,
somebody's broken heart
And a washed-out dream
They follow the pattern of the wind ya' see
'Cause they got no place to be
That's why I'm starting with me

(*)
You gotta get it right, while you got the time
'Cause when you close your heart
You can't close your... your mind!
I'm gonna make a change
It's gonna feel real good!

Come on! Change...
Just lift yourself
You know
You've got to stop it,
Yourself!

I've got to make that change, today!
You've got to move!
Stand up!
Stand up and lift yourself, now!
You know it!
Make that change.

Tradução:
Vou mudar minha vida
de uma vez por todas.
Vai ser muito bom,
vou fazer a diferença
Vou fazer isso direito!

Enquanto eu dobro a gola
do meu casaco de inverno favorito
Esse vento sopra em minha mente.
Eu vejo as crianças nas ruas,
sem o necessário para comer.
Quem sou eu para estar cego?
Fingindo não ver suas necessidades?

Um verão indiferente,
um pião feito de uma garrafa quebrada
E a alma de um homem.
Eles seguem uns aos outros no vento, sabe?
Porque não têm nenhum lugar para ir.
É por isso que eu quero que você saiba:

Eu estou começando com o homem no espelho,
Eu estou pedindo a ele para mudar seus modos.
E nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara:
Se você quer fazer do mundo um lugar melhor,
Olhe para si mesmo, e então MUDE.

Eu tenho sido vítima de um tipo de amor egoísta
É hora de compreender
Que existem alguns sem casa;
Sem nenhum centavo para emprestar.
Seria realmente eu,
fingindo que eles não estão sozinhos?

Um salgueiro profundamente marcado
O coração partido de alguém
E um sonho desanimado
Eles seguem a direção do vento, está vendo?
Porque não têm nenhum lugar para ficar.
É por isto que estou começando por mim mesmo.

(*)
Você tem de fazer isso agora, enquanto tem tempo
Porque quando você fecha seu coração...
Você não pode fechar sua mente!
Eu vou fazer uma mudança,
Vai ser bom de verdade!

Vamos! Mude...
Levante-se! Você sabe.
Você tem de parar isso,
Você mesmo!

Eu tenho de fazer aquela mudança, hoje!
Você precisa se mexer!
Levante-se!
Levante-se e se erga!
Você sabe!
MUDE!


Analisando:
No começo da música temos uma chamada interessante: o “sininho” alerta a chegada de uma letra que mudará um pouco seu pensamento. Aconteceu assim comigo. E, como toda boa música, começa lento, depois entra uma bateria (e a voz de Michael, com o tom “angry” para entrar no refrão) fica perfeita!

Na primeira estrofe, ele faz um convite sutil. Ele diz que vai fazer uma mudança na vida dele. Estamos esperando o porquê, porém ele avisa: Vai ser muito bom. Então abrimos nossa mente para um convite que, se mudará a vida dele, mudará também a nossa. Queremos, estamos interessados nisso.

Vem os estalinhos (os dedos das mãos fazendo o barulhinho de estalinhos) para dar um ritmo, você começa a balançar a cabeça no som e isso te empolga. É, para mim, uma forma de trazer a atenção à próxima estrofe, que conta como ele teve esse pensamento de mudança. O que o levou a pensar em mudança. Vamos seguir.

Então ele tava vestindo um casaco, adorando o friozinho que estava fazendo no momento. Um filme passa em nossa cabeça. Nesse momento, ele estava gostando do frio porque estava bem protegido. Quem em sã saúde gostaria do friozinho se ele estivesse fazendo você tremer-se todo, quase congelando? Logo, podemos concluir que ele tem dinheiro. Uma pausa para explicação.

Percebe-se que a música é pessoal. O compositor escreveu o que ele sentia nesses versos, é uma confissão em forma de disco. Mas não podemos analisar as músicas todas assim, portanto vamos com a letra. Se ela conta uma história, não podemos presumir que é a história de vida do compositor. Portanto, vamos analisar a letra tentando não levar a música para a vida pessoal do compositor. Continua...

Logo, vestido e aquecido contra o frio, o vento soprando a pele de leve, ele vê algumas crianças na rua, passando fome. Ele, aquecido. Elas, no frio. Além disso, não tinham o bastante para comer. E então ele lança a frase que praticamente crava uma faca no nosso coração amolecido pela imagem das crianças na rua: “Quem sou eu para ser cego e fingir que não vejo as necessidades deles?”. É exatamente essa frase que exalta a mudança. Pois, trazendo a história para a realidade, é exatamente isso que fazemos. Estamos em nossas casas, confortáveis, nos nossos carros quentinhos... ou o contrário. Está um sol de rachar, mas estamos bem dentro de nossos carros com ar-condicionado, sem ter que andar no sol do meio dia. E então vemos as mesmas crianças que Michael viu, e fingimos que elas não estão ali. Ou pior. Fingimos que não é problema nosso.

Então vamos refletir na música um pouco: se não é problema nosso, por que é que no começo da música, a proposta é fazer uma mudança na NOSSA VIDA? Vamos dar seqüência.

Vem a ponte: a parte que dá vida a música, que anuncia o refrão. E a mensagem da ponte é uma reflexão: o verão é indiferente porque a natureza não esquenta ou esfria enquanto as pessoas não se protegem, não vão para suas casas, não estão seguras e tranqüilas em seus carros. Mas isso é bem óbvio, então por que alguém escreveria sobre isso? Sabe, se não fosse uma música bem bolada e nota 10, eu diria que esse verso era sem sentido. Mas não é. No último verso, ele diz que não pode fingir que é cego e que não vê as necessidades das crianças que brincavam na rua. Por isso a indiferença que a música fala não é necessariamente a indiferença da natureza – bem óbvia – mas a do ser humano.

E o que confirma o parágrafo acima é o verso seguinte. “O pião feito de uma garrafa quebrada” é a forma que ele liga a indiferença da natureza humana às necessidades das crianças. O brinquedo feito à mão indica a pobreza, a falta de cuidados, de educação, de cultura, de carinho... Criança “bem criada” não brinca com coisas perigosas, aliás, o pião delas é de última marca, novo, colorido, fabricado e comprado caro.

E, dando seqüência, o brilhantismo da transformação que o “cara de casaco de inverno bem protegido” teve surgiu do simples fato de elas estarem brincando no frio. Apesar de sua pobreza e suas péssimas condições no frio, elas brincavam. E o verso seguinte diz isso: “e a alma de um homem”. Ele só falou de crianças no frio, no início. Então essa “alma” se remete a ele. As vezes, cegos em nossos mundos, já especialistas em fingir não ver o problema dos outros e de cair fora culpando o governo, não percebemos que existe o sofrimento, mas dentro desse sofrimento também está a alegria. E para eles, que não vivem como vivemos, não é nada. Mas para nós é um tiro da alma.

Vou me fazer entendível: As pessoas necessitadas, em suas piores condições, geralmente vivem felizes. O dinheiro falta, as preocupações de como alimentar os filhos existem, e muito, mas geralmente eles estão felizes. E nós, pessoas ditas cultas e que não passam necessidades, ver isso, perceber que eles enxergam maravilhas nas pequenas coisas, fere nosso ego, porque compramos nossas riquezas justamente achando que estamos comprando nossa felicidade. Então a alma é atingida. Ele desperta para o que sempre fez: fingir não perceber. Mas naquele dia em que ele saía de casa com o casaco de inverno bem protegido, ele se tocou de algo. E propôs a mudança. Porque percebeu que a felicidade está nas pequenas coisas, e que não necessita compra-la nas lojas.

Só que a proposta de mudança na vida dele enseja abrir os olhos para enxergar o que ele viu. É isso que ele quer mostrar nos versos seguintes. Com a alma ferida pelo “tiro” de despertar, ele continua falando sobre o que ele via. As crianças indo embora, sem ter para onde ir, todas “encolhidas” entre si para se proteger do frio. E avisa, para entrar o refrão: É por isso que ele quer que nós, que escutamos isso, saibamos dessa mudança. Porque ela é necessária, e, PRINCIPALMENTE, que essa mudança não deve começar de quem culpamos pelos problemas do mundo: ELA DEVE COMEÇAR EM NÓS MESMOS!

E então vem o refrão.

A mudança começa por aquele que vemos no reflexo do espelho. E como fazer essa mudança? “Eu vou pedir a ele que mude seus modos”. Mudar os meus modos! Mudar meu jeito de ser! Mudar a mim mesma!!! E essa é a parte difícil. É por causa disso que fingimos não enxergar essas crianças, essas pessoas, essas necessidades... porque somos EGOÍSTAS! E, parece burrice, mas lá na frente, o troco por sermos egoístas, decairá sobre nós mesmos. Em outras palavras, somos muito estúpidos, burros e, fingindo ingenuidade nos problemas dos outros, estamos trazendo nossa própria infelicidade.

E a mensagem realmente é clara. Não poderia ser mais clara: Se quisermos fazer um mundo melhor, então vamos dar uma olhadinha em nós mesmos e mudar as coisas pequenas, mesquinhas e egoístas que temos em nós. Afinal, a felicidade está nas pequenas coisas. Toda mudança que decorrer em minha vida, refletirá nas pessoas que me vêem, e isso será como uma corrente do bem. Então eu posso começar dentro de mim, a melhorar a forma que trato as pessoas, a forma que vejo as pessoas, a forma que penso, que julgo, que finjo não existir... e tudo isso resultará numa mudança positiva para mim, e de exemplo para os demais. Se você não acredita, eu peço que tente. Trate bem alguém que você tratava mal, e observe.

Na segunda parte da música, já temos a reflexão que somos egoístas. Somos vítimas de nós mesmos. Amamos aqueles que nos amam, e fim. E olhe lá. Mas ele convida: é hora de perceber os demais! É hora de crescermos! De evoluirmos! E olhe que essa música foi escrita em 1987. Existem pessoas sem casa! Sem ter o que comer! Sem ter nada para vestir no frio! E ele ainda se pergunta se é apenas ele que está fingindo que essas pessoas possuem apoio, que elas não estão aí sozinhas, abandonadas pela própria sociedade. Será que é só ele????

Temos a 2ª ponte, e ele novamente fala de pessoas marcadas. O salgueiro com feridas e o coração ferido de alguém são formas de chamar atenção ao problema. A árvore foi usada porque ele queria dar uma noção do quão profunda é a cicatriz que as pessoas carregam ao serem, sem nem saberem o porquê, serem excluídas do meio social. É comparando o salgueiro à alma que percebemos a noção da profundidade do ferimento causado. A dor é na alma, na profundidade do ser humano. Essas pessoas estão sem esperanças, sem noção do que fazer, sem perspectiva de vida, sem nada. Essas crianças que ele vê não possuem sonhos, não puderam sonhar. Crianças que, na infância, a etapa de desenvolvimento do ser humano, não puderam desenvolver-se como deveria. O tempo de ser criança na infância delas é pouco, quase nulo. Algumas trabalham, outras pedem, outras tentam esquecer da fome com químicos, mesmo que seja momentâneo e faça um mal terrível e irreversível a saúde.

E ele continua vendo as crianças, e diz que elas seguem a direção do vento, numa linguagem figurada de dizer que elas não têm para onde ir. Então vão para qualquer lugar, como o vento. E novamente ele convida a fazer a mudança, iniciando primordialmente por nós mesmos.

A repetição do refrão liga a última parte da música. E volto a falar dela: as músicas de Michael Jackson têm todas uma coisa em comum: são longas e com finais repetitivos. Não vou analisar o porquê disso, não cabe aqui. Mas essa música, em particular opinião, tem o final longo mais lindo que já se ouviu.

Logo no fim do 2° refrão, ele sobe o tom para cantar com o coral (perfeito), repetindo a mensagem da mudança, e liga esse fim com voz e melodia impressionantes, praticamente ascendendo o hino de mudança que pede a música. Ele diz: “Você tem de fazer isso agora, enquanto tem tempo, porque quando você fecha seu coração... você não pode fechar sua mente!”.

Vamos por partes. O ensejo da música é fazer uma mudança em nós mesmos. Quando? AGORA. Por quê? PORQUE É AGORA QUE TEMOS TEMPO AINDA DE MUDAR. Não guarde sua mudança para depois; quanto mais cedo você se inspira, você inspira os demais e logo o mundo em que você vive poderá viver a mudança, e não ficaria para suas gerações posteriores. VIVA a mudança AGORA. Não fechemos nossos corações para o mundo, e ele até deixa uma reticências no porquê não podemos fechar os nossos corações. É sinal de reflexão. O que aconteceria se nós fechássemos nossos corações? Algumas palavras para ajudá-los a pensar: guerras, violência, irmão matando irmão, desunião, fatalidades, falta de amor, falta de fé, falta de DEUS. Então depois das reticências, há uma súplica: Por favor, não feche sua mente!

A música fica forte, e Michael faz pedidos de mudança com o coral cantando o refrão, e logo no fim, as batidas cessam e as vozes aumentam. Preciso dizer: a música fica bela, e parece corais de anjos. É quase uma oração em línguas. Em súplicas (MUDE!), ele diz que nós podemos mudar o mundo se mudássemos nosso coração, se abrirmos nossa mente. E a oração continua. Levante-se, mude seu jeito. Faça a mudança.

E então, falando exausto, ele pede: FAÇA A MUDANÇA!

Depois de um hino desses, não posso escrever mais nada. Vou ali mudar meu jeito de ser porque eu espero e quero um mundo melhor para mim, para meus filhos, para os que eu amo e para todos os que precisam. Faça você também.


Ver também:
Kris Allen (ganhador da 8ª edição do American Idol), durante do Top 36. Eu me arrepiei com boca troncha (meu apelido carinhoso para ele – eu sou uma Iraheta fan!).
 

   
Observações:
- Escrita em uma noite.
- Há no back vocal um coro gospel.
- A compositora (Siedah) canta também no coro.

Conclusão:
Média da voz: 10 = Altos e eu adoro o uso da garganta para “cantar com raiva”. Michael faz isso como ninguém. O coral gospel é lindo, anjos cantando. Perfeito.
Média da letra: 10 = mensagem clara (no message could have been any clearer) e o final fica perfeito com Michael praticamente implorando uma mudança.
Média da melodia: 10 = perfeita. As pequenas “sinetinhas” do começo conquistam logo de cara. As batidas, os estalinhos... tudo é perfeito!
Média geral = 30 /3 = 10

4 Responses to "Man In The Mirror"

  1. Mariana Dore Says:

    Jojoo.. tu tem bloooog!!!
    Amooo

    ;D

  2. Joana Says:

    Hahuahuahua
    pois é, Mari!!! Adoooro!

  3. Marjorie Says:

    Este comentário foi removido pelo autor.

  4. Marjorie Says:

    xuxaa
    que post enoorme!
    adorei a interpretação da música, que passa uma mensagem tão importante para todos nós!
    e meu template tb tá dando pram com algumas frescuras...tristeza!
    beijos da gorda

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